A teoria de que os filisteus lutaram na Guerra de Tróia

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Teoria aponta chegada dos filisteus como refugiados de Creta

A lendária guerra de Tróia se popularizou mundialmente pelo registro do poeta grego Homero. Em seu épico “Ílíada”, escrito por volta do século VIII a.C, ele narra a guerra entre gregos e troianos envolvendo heróis como Aquiles e Heitor.

“A queda de Troia”, por Johann Georg Trautmann (1713–1769)

No entanto, descobertas contemporâneas apontam que esta guerra pode realmente ter acontecido, por volta de 1250 a.C.

De onde vieram os filisteus?

gravura de um soldado filisteu via Google imagens

Um dos grandes desafios da arqueologia bíblica é a origem do povo filisteu. No entanto, uma interessante teoria sobre a origem deste povo começou a ser construída por volta da metade do século XVIII, pelo estudioso bíblico francês Agostinho Calmet.

Calmet investigou a fundo manuscritos antigos e encontrou, numa versão da Bíblia grega do século II, uma curiosa tradução para “nações queretitas”, chamadas no manuscrito de “nações cretenses”. Em Ezequiel 25.16, há uma relação entre os filisteus e os queretitas.

A partir deste achado, Calmon levantou a suspeita de que os filisteus teriam vindo da região de Creta, no sul do mar Egeu.

Suas suspeitas se fortaleceram quando ele descobriu uma cidade filistéia, em Gaza, chamada Minoa, que teria este nome em homenagem ao rei Minos, de Creta.

Os filisteus e os povos do mar

Evidências mais esclarecedoras para esta teoria só surgiriam muitos anos depois, após a excursão napoleônica ao Egito, em 1798. Neste período, descobriu-se muitas preciosidades egípcias. Entre elas, uma que trazia luz sobre a origem dos filisteus.

Em 1829, o famoso egiptólogo Chapollion investigava as inscrições e desenhos de um curioso mural nas paredes de um templo em Medinet Habu, no sul do Egito. Neste mural, havia gravuras de uma batalha entre os egípcios e um estranho povo que usava cocares e penas.

Chapollion concluiu, após traduzir as inscrições, que o povo na batalha chamava-se filisteu, e que aquela gravura referia-se a vitória de Ramsés III contra os chamados Povos do Mar, vindos do mar Egeu.

Atualmente, estudiosos apontam que a vinda destes povos do mar, por volta de 1200 a.C, causou as várias mudanças sociopolíticas na região da Palestina. Entre elas, o enfraquecimento das grandes potências egípcias e hititas, além da introdução de uma nova tecnologia bélica, o ferro.

Estes povos do mar chegaram à região não apenas como um exército, mas com crianças e famílias, apontando para uma migração em massa.

Crê-se, assim, que estes povos do mar seriam os aliados de Tróia, derrotados pelos gregos, que teriam migrado para a costa do Mediterrâneo após a b

gravura de filisteus prisioneiros de Ramsés III

atalha. Junto deste grupo de povos, estariam os filisteus de Creta, habilidosos na cultura do ferro. Na Bíblia, eles aparecem monopolizando esta tecnologia (1Sm.13.19-20).

Assim, o povo filisteu teria vindo da ilha de Creta. Teriam sido aliados de Tróia na famosa guerra contra os gregos e, ao serem derrotados, foram expulsos de sua terra. Por isso, junto de vários outros povos, atravessa o mar Mediterrâneo buscando um novo lar.

Tentam a sorte lutando contra os egípcios, mas são derrotados novamente por Ramsés III. Então, sobem para Canaã, onde encontram sua terra que, séculos depois, será chamada de Palestina, uma corrupção linguística para Filistia, a terra dos filisteus.

Fonte da pesquisa:
Descobrindo o Antigo Testamento, de Bill Arnold e Bryan Beyer, editora Cultura Cristã;
Super Interessante, Ed. 67, abril 1993


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