“Ele nos regenerou para uma esperança viva, por meio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1Pe.1.3).
Cansados da longa jornada, Cristão e Esperança, dois personagens de “O Peregrino”, de John Bunyan, desviaram do Caminho dos Peregrinos para descansar no Castelo da Dúvida. Mas no Castelo da Dúvida morava um terrível gigante chamado Desespero.
Por se desviarem do Caminho dos Peregrinos e se refugiarem na Dúvida, tornaram-se prisioneiros do Desespero. Foram, então, lançados no calabouço, alimentados à pão e água e açoitados todos os dias pelo terrível gigante. E ali, desnutridos e feridos, desesperados, Cristão e Esperança consideram dar fim à própria vida.
Quando quase já não restava esperança, Cristão olhou para o presente que ganhara de seu amigo Evangelista. Era uma chave que abria qualquer porta. Era a Chave da Promessa.
Então, com a chave da promessa, Cristão e Evangelista se libertaram do calabouço do Desespero e fugiram do Castelo da Dúvida, retomando, cheios de alegria, o Caminho dos Peregrinos.
Os crentes da igreja que recebeu a primeira carta de Pedro poderia muito bem estar na situação de Cristão. Vigorosamente perseguidos por causa da sua fé, os cristãos podem ter se refugiado na dúvida, que é o cupim da fé, e podem ter sido açoitados pelo desespero, que é o fim daqueles que duvidam.
Por isso, Pedro iniciou sua carta lembrando de algo muito especial: “Ele nos regenerou para uma esperança viva, por meio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1Pe.1.3). O apóstolo, como testemunha ocular, estava lembrando à igreja do fundamento da fé deles: a ressurreição de Jesus Cristo. Esse é o evangelho, essa é a chave da promessa: a esperança em Jesus Cristo, o antídoto para o desespero.
Essa esperança em Jesus “jamais poderá perecer, macular-se ou perder o seu valor. Herança guardada nos céus para vocês que, mediante a fé, são protegidos pelo poder de Deus até chegar a salvação prestes a ser revelada no último tempo” (1Pe.1.4-5). Nada nos fará perder essa herança, pois ela não depende que as circunstâncias presentes estejam boas, ou que eu mesmo a proteja, mas sim que ela é guardada nos céus, protegida pelo poder de Deus e, por isso, jamais poderá perecer.
Quando somos destruídos pelo desespero, não é o fim das circunstâncias ruins que nos devolvem a alegria. Nem, por outro lado, um contentamento apático. O que nos faz exultar em meio às piores circunstâncias é a promessa, é a fé em Jesus Cristo.
Assim, Pedro lembra a igreja: “Ponham toda a esperança na graça que será dada a vocês quando Jesus Cristo for revelado” (1Pe.1.13).
É a firme confiança na vida eterna conquistada por Jesus Cristo que nos faz levantar diariamente, livres da dúvida e do desespero, mas alegres, testemunhando uma esperança viva.
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