017 – Confusão e conciliação

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Estes se alegraram com o relatório e louvaram a Deus. E não mais falaram em guerrear contra as tribos de Rúben e de Gade, nem em devastar a região onde eles viviam” – Js. 22.33



Vivemos um tempo muito propício para o mal-entendido. As redes sociais, como excelentes ferramentas de comunicação, são também, na mesma medida, grandes ferramentas para a confusão. A confusão, por sua vez, é um poderoso combustível para a discórdia. E o diabo habita na discórdia. Ninguém de nós está a salvo dela. Nem a igreja, sobretudo.

Em Josué 22, as tribos de Rúben, de Gade e meia de Manassés estavam partindo para suas terras após juntarem espadas com seus irmãos, na conquista das terras de Israel. Após atravessarem o Jordão, pararam em Gelilote e construíram um “imponente altar ali, próximo ao Jordão” (22.10).

Essa notícia atravessou o Jordão de volta como um incêndio, sendo interpretada pelos outros israelitas como um ato de idolatria, espalhando-se furiosamente pelas lideranças das outras tribos. Assim, movida pelo zelo religioso, “toda a comunidade de Israel reuniu-se em Siló para guerrear contra eles” (22.12).

Entretanto, os sábios tomaram a frente dos impetuosos e resolveram enviar o sacerdote Finéias e mais dez representantes das nações para averiguarem a situação. Eles chegaram recriminando: “Como foi que vocês cometeram essa infidelidade para com o Deus de Israel?” (22.16).

Os líderes das duas tribos e meia, certamente surpresos com a repreensão, não tardaram em explicar: “Fizemos isso temendo que no futuro os seus descendentes digam aos nossos: ‘(…) Vocês não tem parte com o Senhor” (…) Por isso que resolvemos construir um altar (…) como testemunha entre nós e vocês. Longe de nós nos rebelarmos contra o Senhor” (22.24-29).

Observe o que aconteceu: o zelo ao Senhor das duas tribos e meia ao construírem um memorial, mal entendido, estava indo de encontro ao zelo das dez tribos do outro lado – levando Israel para uma guerra civil por causa do mesmo zelo e temor ao Senhor!

Mas, quando o sacerdote e os líderes “ouviram o que os homens de Rúben, de Gade e de Manassés disseram, deram-se por satisfeitos” (22.30). Atravessaram o Jordão, contaram a todos o mal-entendido, e todos “se alegraram com o relatório, e louvaram a Deus. E não mais falaram em guerrear contra as tribos de Rúben, e de Gade, nem em devastar a região onde eles viviam” (22.33). Porque o povo ouviu, evitou-se uma guerra sangrenta e injusta.

Quanto precisamos desses ouvidos que promovem a paz nestes tempos de discórdia! Quanto a falta deles não tem gerado conflitos intensos, mesmo quando os dois lados são movidos pelo zelo ao Senhor. Quanto, ainda mais, necessitamos de líderes que ouçam e promovam a paz ao invés da guerra!

Líderes e ovelhas, pais e filhos, marido e esposa, amigos e amigas, que nossas mãos impetuosas da fé sejam acompanhadas dos ouvidos da sabedoria que buscam a conciliação antes do juízo.

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