010 – Não é assim que eu morro

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“Estou pressionado dos dois lados: desejo partir e estar com Cristo, o que é muito melhor; contudo, é mais necessário, por causa de vocês, que eu permaneça no corpo” – Fp.1.23-24.

No filme “Peixe Grande”, Ed Bloom encontrou-se com uma bruxa. De dentro dos olhos dela, o protagonista viu como seria a própria morte. Assim, durante o resto de sua vida, ao passar por grandes perigos, ele lembraria: “não é assim que eu morro”.

Da prisão, sob o risco da condenação à morte, o apóstolo Paulo nos ensina uma semelhante convicção de vida.


Ele já havia levado chicotadas, varetadas, pedradas, murros, cuspes, havia passado por naufrágios e picado por cobra. Não era à toa que dizia: “para mim o morrer é lucro” (1.21). O seu anseio era desfrutar da presença de Cristo na eternidade. Ele diz: “desejo partir e estar com Cristo, o que é muito melhor” (1.23).

No entanto, há um dilema: “Contudo, é mais necessário, por causa de vocês, que eu permaneça no corpo. Convencido disso, sei que vou permanecer e continuar com vocês” (1.24-25). O coração de Paulo deseja morrer e estar com Cristo, mas o Espírito dava-lhe a convicção de que ainda tinha uma carreira a ser completada: o “viver é Cristo” (1.21).

Enquanto há vida, há sentido para ela. Paulo sabia que, mesmo se o Imperador declarasse sua morte, ninguém podia tirar sua vida se Cristo não a entregasse. Em outras palavras, ele disse: “não é assim que eu morro”.

Apesar deste dilema, de viver mesmo desejando morrer, nem por isso se entrega, mas se satisfaz com a vida que Cristo tinha para ele: “meus irmãos (…) vocês que são a minha alegria e a minha coroa” (4.1). Cristo dá alegria e sentido à vida.

Por isso, enquanto ele não completasse a carreira, ninguém poderia matá-lo nem tirar-lhe a alegria.

Enquanto há vida, há sentido para ela. Ninguém pode tirar-lhe esta convicção. Ninguém decreta nossa morte; nem nossa derrota; nem nosso fim, ninguém nos diz quando devemos parar: “não é assim que eu morro”. Somente Cristo o faz.

Anos depois, Cristo o fez, deu-lhe seu prêmio desejado: “Está próximo o tempo da minha partida. Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia” (2a Tm.4.6-8).

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