005 – O ciclo da vida e a eternidade

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“Deus fez tudo apropriado ao seu tempo” (Ec 3.11).

“Na vida existem altos e baixos – respondia o Akilton – mas eu só tenho a agradecer mesmo”. O Akilton, que na época era morador de rua, respondia assim em sua vez de compartilhar os “pedidos” em nossas reuniões de oração. Eclesiastes 3 nos apresenta algo a respeito da instabilidade da vida e um contraste entre o tempo e a eternidade que o Akilton já havia compreendido.


A partir dos vs. 2-8, há 14 pares antagônicos que abrangem as mais variadas áreas. Lá, vemos que a morte traz a destruição, o choro, o pranto, o ódio etc. É a morte que impõe o ciclo da vida. Essa clareza a respeito da morte e do tempo traz, ao autor de Eclesiastes, angústia por causa de sua brevidade: “Cheguei ao ponto de me desesperar por todo o trabalho no qual tanto me esforcei debaixo do sol” (2.20). O autor se desespera pois ele não encontra sentido em tanto trabalho sem poder aproveitar daquilo que conquista.

A sua angústia contra a morte, no entanto, tem um motivo. Ele diz: “(Deus) pôs no coração do homem o anseio pela eternidade” (v.11). O autor sabe que não nasceu para morrer. A morte não é natural. O seu ser deseja a eternidade, mas ele é esmagado pela roda da vida.

Essa é a sua perspectiva “debaixo do sol”. Em seguida, no entanto, o autor espreita em frestas eternas. Ele vê que, apesar da instabilidade da vida, tudo está no controle de Deus: “Ele fez tudo apropriado a seu tempo” (v.11). Isso lhe faz compreender que, embora a morte tenha entrado na vida e trazido instabilidade, Deus interfere nessa história com sua graça providente, pois dEle vem a vida, a cura, o riso, a dança etc.

Por isso, nos dias maus, o temente a Deus espera, pois sabe que Deus agirá; e nos dias bons ele busca gozá-los com gratidão: “Descobri que não há nada melhor para o homem do que ser feliz e praticar o bem enquanto vive. Descobri também que poder comer, beber e ser recompensado pelo seu trabalho, é um presente de Deus” (v.12-13).

O autor percebe que tudo está no controle de Deus e portanto se alegra nesta vida, tanto em dias bons como em dias maus. Mas essa alegria seria apenas um paliativo se não fosse sua segunda conclusão: “tudo o que Deus faz permanecerá para sempre” (v.14). Assim, ele demonstra que sua esperança vai além desta vida. Ele sabe que Deus irá entrar na história, derrotar a morte e trazer seu povo para a eternidade.

Deus fez isso através de Jesus Cristo. Paulo diz: “Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, dentre todos os homens somos os mais dignos de compaixão. Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo as primícias dentre aqueles que dormiram” (1Co.15.18-20). Paulo, assim como o autor de Eclesiastes, sabe que as pequenas alegrias dentro da roda da vida não saciam nossa alma. A esperança do crente em Jesus Cristo está além da vida, ela se estende por toda a eternidade.

Aqueles que reconhecem Jesus como Salvador são libertos da angústia da morte e não se conformam simplesmente com as breves alegrias desta vida, que são como o vento – esperam, sim, ansiosamente pela eternidade com Deus.

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