009 – O sexo no cristianismo e a cultura do estupro

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Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu; ele descansa entre os lírios” – Ct.6.3

Nesta semana, o noticiário nos deixou pasmos com uma notícia horripilante: a cada 4 minutos, 1 mulher dá entrada no SUS vítima de violência sexual. São 405 por dia. A maioria entre adolescentes de 12 a 17 anos.

A reação a esses dados, no entanto, trouxe surpresa aos cristãos. De repente, nas redes sociais, a Igreja se tornou a vilã da novela, protagonista da chamada “cultura de estupro”. Nada mais injusto e surreal!

Em nenhum outro sistema de pensamento, o sexo está tão desvinculado da violência quanto no cristianismo.

No cristianismo, o sexo tem seu lugar bem definido. Seu lugar é o casamento heterossexual, monogâmico, regido pelo amor sacrificial e possui um significado que está além do prazer sensual.

No cristianismo, quando Deus criou o homem e a mulher, “à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn.1.27). Em nenhum outro lugar a mulher tem a dignidade de ter sido criada à imagem de Deus.

Em seguida, quando o homem recebe a mulher das mãos de Deus, o homem se rende aos seus encantos, e suas primeiras palavras são uma singela canção de amor: “Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada” (Gn.2.23). Em nenhuma outra religião, homem e mulher possuem tal igualdade quanto no cristianismo.

Quando o autor de Gênesis descreve o sexo entre o homem e mulher, ele transcende seu significado meramente sensual e afirma: “eles se tornarão uma só carne” – Gn.2.24.

Quando Deus os vê, o casal em plena comunhão, não se contêm, e avalia: “E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom” – Gn.1.31.

Mas a história da humanidade caminhou para o mal total. A humanidade ficou sem freios quando se rebelou contra a vontade de Deus e deu vazão às paixões do próprio coração. Em Gn.6, sexo e violência estão ligados pela primeira vez, tomando conta de toda a civilização. Qual a reação do Deus cristão?

“Então o Senhor arrependeu-se de ter feito o homem sobre a terra; e isso cortou-lhe o coração” – Gn.6.6.

O sexo foi uma criação de Deus para que um único homem servisse à uma única mulher em um banquete de delícias mútuo e exclusivo. Regozija-se assim o homem cristão: “Suas carícias são mais agradáveis que o vinho, e a fragrância do seu perfume supera o de qualquer especiaria!” (Ct.4.10). Regozija-se assim a mulher cristã: “Sua boca é a própria doçura; ele é mui desejável. Esse é o meu amado, esse é o meu querido, ó mulheres de Jerusalém” – Ct.5.16.

O ardente desejo sensual é tão forte que provoca fidelidade, quando dois se tornam um, em delícias mútuas e iguais; é quando um pertence ao outro: “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu” (Ct.6.3), “coloque-me como um selo sobre o seu coração; como um selo sobre o seu braço; pois o amor é tão forte quanto a morte (…) Nem muitas águas conseguem apagar o amor” – Ct.8.6,7.

A Bíblia fala sem pudor sobre sexo e prazer em um livro inteiro, cuja grande protagonista é uma mulher, e o grande ensino é a exclusividade do amor conjugal. Lá, na privacidade e segurança do casamento, homem e mulher estão nus e não sentem vergonha.

Assim, em nenhum outro lugar, a violência no sexo é tão desprezível quanto no cristianismo. E, ousamos pregar, à medida em que o sexo se afasta da vontade de Deus, mais próximo estará da violência.

Agora, uma breve reflexão. Vamos supor que se prove que, na realidade, o caso da jovem que foi estuprada por 33 homens tenha sido sexo consensual, consentido, como testemunham alguns áudios divulgados recentemente.

Neste caso, para o cristianismo, o ato continuará sendo uma perversão abominável, e defendemos que os homens que o praticaram devem ser punidos severamente.

Mas, pensemos. Para os que apregoam o jargão “meu corpo, minhas regras”, como avaliará o caso de uma menina que consentiu livremente fazer sexo com trinta homens, à revelia da opinião de seus pais evangélicos?

Enfim, defendemos que em nenhum outro lugar o sexo estará mais seguro em dar prazer aos que o usufruem sem retirar-lhe a dignidade do que no sexo sob a ótica cristã.

Não se engane quanto aos casais cristãos. Sem a necessidade de expor-se em redes sociais, reality shows, e na contramão da banalização do sexo de nossa cultura, os casais cristãos temos muito a dizer sobre as delícias do amor, semeado privadamente, usufruído a dois, como numa só carne.

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