“A glória de Deus é ocultar certas coisas; tentar descobri-las é a glória dos reis. Assim como o céu é elevado e a terra é profunda, também o coração dos reis é insondável” Pv.25.2,3
É possível refletir a glória de Deus numa defesa de mestrado.
Recentemente fui assistir a uma banca na área de física quântica. Eu não entendi bulhufas, nada mesmo. Fui apenas para prestigiar uma amiga.
No entanto, fiquei encantado com a profundidade do seu conhecimento ao tratar das pesquisas com os raios solares. É o mesmo encantamento que tenho, por exemplo, quando penso na complexidade de um túnel de uma estação de metrô. O mesmo de uma ponte que atravessa rios. Ou de uma obra literária como a de Saramago.
De certa forma, o que todos os que realizaram essas coisas tem em comum é que, querendo ou não, resplandecem a glória de Deus.
Em Provérbios 25.2, Salomão nos diz: “A glória de Deus é ocultar certas coisas”. O mistério é glorioso para o Criador. Foi o salmista quem disse: “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que ali firmaste, pergunto: Que é o homem, para que com ele te importes?” (Sl.8.3-4). O mistério da criação de Deus nos torna encantados com o seu poder.
Se o cientista não suprimir a verdade pela injustiça (Rm.1.18-19), ele investigará os mistérios de Deus encobertos na natureza e glorificará seu Criador.
Mas Salomão também reconhece a glória das descobertas dos cientistas.
Ele diz: “tentar descobri-las é a glória dos reis”.
Os reis, que naquele tempo serviam de cientistas, recebiam sua glória descobrindo as potencialidades da criação, construindo obras inimagináveis manipulando um minério, extraindo da flora a cura para as pestes etc.
Afinal, Salomão mesmo era um deles. Veja seu lattes: “(Salomão) descreveu as plantas, desde o cedro do Líbano até o hissopo que brota nos muros. Também discorreu sobre os quadrúpedes, as aves, os animais que se movem rente ao chão e os peixes” – 1Rs.4.33.
Salomão glorificou a Deus enquanto dormia pensando nas propriedades do hissopo, e percebia irradiar a glória de Deus ao revelá-las aos súditos.
Quantos segredos mais não estão encobertos, esperando ser descobertos? Quantas surpresas e esperanças ainda não estão lá, no fundo dos mares, nas relações entre as células, nas altas estrelas; surpresas estas que podem mudar o modo como nos comunicamos, podem extinguir um mal na humanidade, ou simplesmente nos elevar o espírito?
Salomão está convidando os reis, aqueles a quem foi dado o poder de dominar sobre a terra, a buscarem sua glória escondida por Deus, e assim, serem eles mesmos um canal de irradiação da glória do Criador.
Enquanto os cientistas realizam suas obras sob os olhos admirados dos leigos, no íntimo do cientista, ele estará dizendo: “Grandes são as obras do Senhor; nelas meditam todos os que as apreciam” – Sl.111.2.