A Segunda Carta aos Coríntios é uma das mais intensas de Paulo. Nela, o apóstolo abre o coração e desvenda a grandeza das suas lutas.
Paulo sofreu tribulações além de suas forças: “Irmãos, não queremos que vocês desconheçam as tribulações que sofremos na província da Ásia, as quais foram muito além da nossa capacidade de suportar, a ponto de perdermos a esperança da própria vida” (2Co.1.8). Ele não estava exagerando: “Cinco vezes recebi dos judeus trinta e nove açoites. Três vezes fui golpeado com varas, uma vez apedrejado, três vezes sofri naufrágio, passei uma noite e um dia exposto à fúria do mar. Estive continuamente viajando de uma parte a outra, enfrentei perigos nos rios, perigos de assaltantes, perigos dos meus compatriotas, perigos dos gentios; perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, e perigos dos falsos irmãos. Trabalhei arduamente; muitas vezes fiquei sem dormir, passei fome e sede, e muitas vezes fiquei em jejum; suportei frio e nudez. Além disso, enfrento diariamente uma pressão interior, a saber, a minha preocupação com todas as igrejas. Quem está fraco, que eu não me sinta fraco? Quem não se escandaliza, que eu não me queime por dentro?” (2Co.11.23-30). Como Paulo aguentou?
Ele se aperfeiçoou no sofrimento, se agarrou à perseverança e se fortaleceu na esperança.
Ele se aperfeiçoou no sofrimento, pois aprendeu a não confiar“em nós mesmos, mas em Deus, que ressuscita os mortos” (2Co.1.9). Por isso, ele diz: “regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte” (2Co.12.10), pois, quando nos tornamos participantes dos sofrimentos de Jesus, “estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito” (2Co.3.18). Nós somos fracos, mas Deus é poderoso! Ele viu vantagem no sofrimento cristão!
Então, ele se agarrou à perseverança: “De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos. Trazemos sempre em nosso corpo o morrer de Jesus, para que a vida de Jesus também seja revelada em nosso corpo” (2Co.4.7-10). Ele agarrou a vida como o crocodilo agarra a vítima. Você pode bater nele com toda a força até a morte, mas a vítima só será solta se deceparem-lhe a cabeça!
Finalmente, ele se fortaleceu na esperança: “Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno” (2Co.4.16-18). Ele sabia que o sofrimento é leve, se comparado à glória para a qual estamos sendo preparados. E é momentâneo, quando comparado com a eternidade.
Não seja destruído pelo abatimento. Alegre-se! Você foi achado digno de participar do sofrimento de Jesus!