“Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo” (Gn 4.7).
Não é constrangedora a tentativa de conquistar qualquer coisa nesta vida quando sequer conseguimos dominar o próprio coração? Quantas vezes você, espantado com as próprias atitudes, não se perguntou: “Como eu fui fazer uma coisa dessas?”
Caim, por exemplo, estava tomado de fúria contra seu irmão e, enlouquecido, premeditou um ato maligno sem precedentes. Convidou-o para um passeio. Segurou com força uma pedra e, com as duas mãos, lançou o golpe contra Abel. Talvez o primeiro golpe não tenha sido mortal. Talvez Abel tenha ficado um pouco atordoado, mas consciente o suficiente para lançar um olhar com aterradora surpresa: “O que você está fazendo, meu irmão?”
Dominado pelo ódio, Caim concluirá os golpes com violência. Então, carregado de culpa, correrá até a exaustão e, sentado, olhará para suas mãos com sangue alheio, caindo em si: “Como eu pude fazer uma coisa dessas?”
É dramático. Deus nos fez senhores da terra: “Dominem sobre (…) todos os animais” (Gn 1.28), mas, agora, nos adverte: “(o pecado) deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo” (Gn 4.7). O Senhor nos fez mordomos da criação, mas não somos capazes de dominar sequer o coração.
Somos miseravelmente escravos de nossa vontade: “O mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo” (Rm 7.19).
Não existe nenhum caminho mais infernal do que aquele em que somos livres para realizar nossa vontade, pois “o seu coração é inteiramente inclinado para o mal desde a infância” (Gn 8.21).
Enquanto você não estiver consciente do perigo que você é para si mesmo, você não poderá provar, como um sedento, da água que Jesus tem a oferecer a você. Por outro lado, aos exaustos, Jesus os chama do deserto : “Venham a mim, todos os que estão cansados” (Mt 11.28). E aquele que diz: “Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte?”, recebe sua resposta: “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor!” (Rm 7.24-25).
Não há duas formas de salvação. Há apenas esta: “se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres” (Jo 8.36). Não há esperança para você senão em Jesus. Em Jesus, contudo, há total esperança. Dia a dia, de glória em glória, nossos vícios e nossas culpas são derrotadas.
Não desista da luta contra a vontade pecaminosa: seu Jesus é invencível!