“Senhores, que devo fazer para ser salvo?” – Atos 16.30
Certo dia, voltando tarde do culto para casa, senti a direção de Deus para evangelizar um transeunte daquela rua escura e deserta.
Evidentemente que me senti desconfortável e escorreguei com as mais justas desculpas. A última delas foi assim: “se o Senhor quiser que eu pregue a este homem, arrume um jeito de eu falar com ele!” Foi neste exato momento que aquele homem me apontou uma arma e disse: “Encosta aí, é um assalto!”
Aquele senhor era HIV positivo junto com sua esposa após anos na cadeia, e eu tive o privilégio de dizer a ele que Deus queria salvá-lo; e de orar por sua vida; e de, ao abrir os olhos, ver lágrimas escorrendo em seu rosto.
Antes de ir embora, o homem sentiu seu corpo estremecer, e as últimas palavras que ouvi dele foram: “Vixe, esse bagulho é forte mesmo!”
Sempre que me esqueço do poder do Evangelho em salvar pessoas no caminho para casa, lembro-me desta história: “Certo dia, indo nós para o lugar da oração, encontramos uma escrava que tinha um espírito pelo qual predizia o futuro” (At. 16.16). Deus queria libertar uma mulher de um espírito imundo, e Paulo estava passando. Ela passou a atormentar os missionários até que o apóstolo disse: “Em nome de Jesus Cristo, eu lhe ordeno que saia dela” (v.18), e aquela moça foi liberta.
Em seguida, por uma confusão armada pelos comerciantes de Filipos, Paulo e Silas acabaram na prisão. O mais importante desse episódio, no entanto, foi que, mais à frente, o carcereiro clamaria: “Senhores, que devo fazer para ser salvo?” (v.30); e em seguida, “ele e todos os seus foram batizados” (v.33), e então “alegrou-se muito por haver crido em Deus” – v.34.
Nenhum desses eventos foram planejados pelos missionários. Eles estavam indo “para o lugar de oração” (v.16). Mas o Senhor queria libertar aquela mulher, e queria salvar a família daquele carcereiro.
Naquela noite em que fui abordado naquele assalto, eu voltei para casa radiante com a ideia de que Deus salva vidas de pessoas em nosso caminho. Sem programa de evangelismo, sem folheto, sem ir de casa em casa. Aqueles a quem Deus deseja salvar podem estar no nosso caminho ou mesmo numa situação desconfortável: eu, num assalto; Paulo e Silas, açoitados e presos. Mas o final foi o mesmo: vidas transformadas por Jesus Cristo.
No caminho ou em situações desconfortáveis, lembre-se que Deus pode estar querendo salvar vidas. E Ele pode, pois o evangelho “é forte mesmo” – Rm.1.16.