“A glória se foi de Israel, pois a arca de Deus foi tomada” (1Sm 4.22)
Paulo, uma vez, nos chamou de “mais que vencedores” (Rm 8.37). Como conciliar isso com as constantes derrotas em nossa vida?
Em 1Sm 4, Israel é vítima de uma tragédia. Ela começa com a grave derrota em Ebenézer, quando foram atacados pelos filisteus e perderam quatro mil soldados. Em resposta, Hofni e Finéias, sacerdotes ímpios, trouxeram a Arca da Aliança para o campo de batalha. Mesmo assim, quando os filisteus atacaram novamente, a derrota foi ainda maior: trinta mil mortos, entre eles os sacerdotes. Além do mais, para a ruína de Israel, sequestraram a Arca. Quando Eli, o sumo sacerdote, soube da morte de seus filhos e do sequestro da Arca, caiu, quebrou o pescoço e morreu. Em seguida, a esposa de Finéias entrou em trabalho de parto e morreu. O filho, nascido órfão de pai e mãe, levaria para sempre a marca desse dia. Chamaram-no de Icabode: “A glória se foi de Israel” (1Sm 4.21).
Icabode: a glória se foi. Morreram os sacerdotes, levaram a Arca. Deus não estava mais entre eles.
No entanto, essa não era uma história de derrota: a arca da aliança estava vencendo a guerra sozinha. Estava trazendo abaixo os deuses pagãos e infligindo chagas nos inimigos do povo de Deus. Os israelitas não precisariam resgatar a Arca: os filisteus a devolveriam, com os despojos! Israel não venceu em campo, mas o Senhor venceu pra eles, na casa do inimigo.
Os discípulos de Jesus tiveram dias de Icabode quando o seu mestre foi crucificado. Ali eles talvez tivessem decretado o fim da glória do Messias. Jesus não estava mais entre eles. Dias de derrota.
Mas não era nada disso. Jesus estava derrubando ídolos, despojando os seus inimigos e trazendo a vitória para seu povo, a vida eterna. Tiraram o nosso Jesus, a nossa glória, mas foram apenas três dias. Ele voltou, vitorioso, com os despojos!
Nós também poderíamos nomear alguns de nossos dias de Icabode. Dias de derrota. Dias em que Deus não está mais ao nosso lado, assim imaginamos.
Mas a verdade é que nunca mais nos tiram a glória de Jesus Cristo, pois ninguém pode nos separar de Seu amor. É por isso que Paulo nos chama de mais que vencedores. Não existem derrotas quando Jesus está seguro entre nós. As ilusórias derrotas só nos servem para matar Finéias e trazer a arca. Tirar pecados, corrigir erros, e trazer os despojos, as riquezas da graça de Deus, conquistadas por Jesus.
Nos dias de derrota é que somos mais que vencedores!
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