“Naqueles dias César Augusto publicou um decreto ordenando o recenseamento de todo o império romano. Este foi o primeiro recenseamento feito quando Quirino era governador da Síria” (Lc 2.1-2).
Leia Lucas 2.1-7.
A encarnação de Jesus Cristo é um dos pontos altos do drama do Evangelho, é o cumprimento de uma série de promessas sobre um rei eterno para o povo escolhido por Deus. Jesus seria o Rei dos reis e assumiria o comando do universo. Onde e quando nasceria um rei assim? Que berço, que família, que nação teria a honra de receber tão grande rei?
Será que Jesus nasceria no templo, ninado pelos braços dos líderes religiosos do povo? Quando Jesus nasceu, o sumo sacerdote era Anás, que ministrava em um templo construído por Herodes. Curiosamente, o templo e o sumo sacerdote não são sequer citados nas narrativas do nascimento.
Será então que Jesus nasceria no palácio, no berço do rei Herodes? Foi isso o que pensaram os magos que vieram do Oriente e se enganaram. O rei Herodes foi ignorado por Deus. O sacerdócio e o reinado da Judeia estavam amarrados demais a este mundo. Ao invés de receber o Cristo prometido, Herodes foi aquele que caçou a criança quando soube de seu nascimento, assim como Anás foi aquele que crucificou o homem, quando chegou a hora. Ambos já não esperavam mais pelas promessas de Deus, mas agarravam-se ao poder e aos prazeres que este mundo trazia.
Quem sabe, então, no palácio de César Augusto? Ele era rei sobre todo o mundo conhecido. Como César, era comandante de todo o exército, e como Augusto, ele foi o primeiro rei divino de Roma, além de também ser considerado filho de Deus. Foi sob César Augusto que se estabeleceu um período de paz mundial conquistada pela derrota dos inimigos. Será que esse rei seria digno de receber, em seus aposentos, o Rei dos reis? Esse arrogante homem, que usurpou os títulos de Jesus, hoje é uma mera nota de rodapé na história do nascimento do menino na manjedoura.
O sumo sacerdote Anás foi ignorado. O governante regional Herodes foi ignorado. Até César Augusto, o Imperador do mundo, foi ignorado. Quem foi Anás? Quem foi Herodes? Quem foi César Augusto? Hoje, são meros figurantes da história desse menino Jesus, que não nasceria nos berços reais de seu tempo. Jesus ignorou todos esses para nascer de um útero, e para ser depositado em uma manjedoura suficientemente humildes para recebê-lo, para nos ensinar que o seu reino é de outra espécie.
O seu nascimento foi ignorado pelos jornais, pelos poderosos, pelos religiosos, pela grande mídia; mas foi conhecido dos céus, e até hoje é proclamado entre as nações. Jesus ignorou os reis da terra para nos ensinar a viver não pelos padrões da terra, mas pelos padrões do céu. Os poderosos, os reinos e o glamour deste mundo, tudo isso passará! Somente os humildes receberão a terra por herança (Mt.5.5).
A história contada da perspectiva de Deus é invertida. Muitos dos que brilham nos jornais, serão lembranças passadas na eternidade. Muitos que servem no anonimato, serão reis no céu. Aqueles que o mundo ama, muitos deles são odiados por Deus. Já muitos odiados pelo mundo são amados por Deus.
Ore a Deus
– Peça que Deus tire o orgulho e a vaidade do seu coração. O orgulho é analfabeto da história de Deus. Ele lê a história de forma invertida. Peça que Deus livre você de caminhar, de idolatrar e de se encantar com as nota de rodapé da história de Deus;
– Peça para Deus tirar do seu coração o amor ao poder. Jesus nos ensina sobre o mal de desejar ganhar o mundo. Os líderes religiosos esqueceram-se de sua responsabilidade para com Deus, deixaram de esperar pelo Redentor e passaram a preocupar-se apenas com as coisas deste mundo. Tal como Saul, o único interesse deles era manter-se no trono, colocando pesado jugo sobre o povo.