“Um ourives chamado Demétrio, que fazia miniaturas de prata do templo de Ártemis e que dava muito lucro aos artífices, reuniu-os com os trabalhadores dessa profissão e disse: ‘Senhores, vocês sabem que temos uma boa fonte de lucro nesta atividade e estão vendo e ouvindo como este indivíduo, Paulo, está convencendo e desviando grande número de pessoas aqui em Éfeso e em quase toda a província da Ásia’” – Atos 19.24
O templo de Ártemis foi considerado uma das sete maravilhas do mundo, com 175 metros de largura e 140 de comprimento, e mais de cem colunas de mármore. Esse templo tornava Éfeso um centro religioso. Quando Paulo esteve na cidade, a religiosidade era um pilar para o comércio local.
Será que nós conseguimos imaginar o poder do impacto do evangelho numa comunidade como essa?
Em dois anos que Paulo esteve na cidade, o evangelho não ficou restrito a formar uma subcultura. Em dois anos, o poder do evangelho foi transformando a cidade de tal maneira que tocou em dois de seus nervos mais sensíveis : o dinheiro e a religião. Apenas com a pregação do Senhorio de Jesus Cristo sobre todos os deuses, Paulo feriu a economia local, sustentada pela idolatria e religiosidade pagã. Foi assim que se armou uma confusão.
O ourives Demétrio se sentiu ameaçado pelo evangelho e mobilizou uma multidão contra dois discípulos do apóstolo, levando-os à beira de um justiçamento no teatro, enquanto gritavam: “Grande é a Ártemis dos efésios!” (v.28). A situação se controlou, mas Paulo teve que ir embora da cidade.
Paulo pregou um evangelho que é o poder de Deus, e ele sabia que esse poder opera muito além do que ele poderia imaginar. O evangelho não vem para formar uma cultura sectária, mas ele confronta a cultura. Paulo não precisou confrontar os mercadores frente a frente. O evangelho, por si mesmo, era de tal modo atraente que a cidade abandonava dia a dia os falsos deuses. A julgar pelo poder de Deus, nós não podemos esperar nada menos do que a transformação da sociedade a nossa volta pelo testemunho da igreja.
O arquiteto J.T. Woody, do Museu Britânico, em maio de 1863, iniciou a escavação na cidade de Éfeso com vistas a encontrar o templo desaparecido. Esburacou a cidade de Éfeso por sete anos até achá-lo, 5 metros debaixo da terra.
O templo caiu, virou ofício de arqueólogo, mas o evangelho de pescadores do Jesus de Nazaré caminha derrubando os portões do inferno no mundo todo. Esse é o fim de todos os deuses. Todos eles, religiosos, ideológicos, pessoais. É virar matéria de arqueólogo, e o fim daqueles enganados por estes será o juízo final.
Mas antes, a igreja do Senhor, munida de poderoso evangelho, seguirá vencendo, mesmo sob ataque feroz.