Viaje para o tradicional lugar onde Jesus nasceu e conheça suas curiosidades históricas
Preparem as malas, varões e virtuosas! Afinal, onde Jesus nasceu? Em Belém ou em Nazaré? Numa gruta ou numa estrebaria? Hoje vamos visitar o tradicional lugar do nascimento de Jesus, com preciosidades, curiosidades e muito mais!
Você está pronto para uma volta em Belém?
A cidade de Belém

Embora Jesus fosse chamado de Jesus de Nazaré, os evangelhos nunca disseram que ele nasceu em Nazaré. Na verdade, os dois evangelistas que relatam o nascimento de Jesus atestam seu nascimento em Belém.
Em Mateus 2.1, diz assim:
“Depois que Jesus nasceu em Belém da Judéia, nos dias do rei Herodes, magos vindos do Oriente chegaram a Jerusalém” Mt.2.1

Já o evangelista Lucas dá mais detalhes. Ele nos mostra que José e Maria, por causa de um decreto do Imperador César Augusto (Lc.2.1-3), precisaram descer à cidade natal de José, que era Belém. Assim, foram de Nazaré, onde residiam, até Belém e foi ali que Maria deu à luz a Jesus.
Se você fizesse esse trajeto hoje, de mais ou menos 150 quilômetros, levaria mais ou menos 33h a pé.
Tendo nascido em Belém, Jesus cumpriu a profecia de Miquéias 5.2:
“Mas tu, Belém-Efrata, embora sejas pequena entre os clãs de Judá, de ti virá para mim aquele que será o governante sobre Israel. Suas origens estão no passado distante, em tempos antigos” Mq.5.2.
A gruta de Belém

Mas Lucas dá ainda mais detalhes a respeito do local do nascimento de Jesus. No capítulo 2, diz que, quando o casal chegou em Belém, não havia vagas em hospedarias para que o casal ficasse. Provavelmente devido ao próprio decreto.
No entanto, nada mais é dito. Uma tradição coloca a família numa estrebaria, isto é, numa espécie de “garagem para animais”, porque o evangelho de Lucas diz que Maria colocou o recém-nascido Jesus em uma manjedoura (Lc.2.7). No entanto, nada é dito a esse respeito. Diz simplesmente que Jesus foi colocado em uma manjedoura.
É bem provável que Jesus tenha nascido à céu aberto, pois Lucas nos mostra que os pastores, chegando a Belém, logo encontraram o bebê envolvido numa manjedoura (Lc.2.16).
A tradição dos pais da igreja podem nos ajudar a descobrir o local exato do nascimento de Jesus.
Justino Mártir, escritor cristão que viveu entre 100-165 d.C, em sua obra “Diálogo com Trifão” apontou que Jesus nasceu em uma gruta fora da cidade. Confira:
“José pegou seus aposentos em uma determinada caverna perto da aldeia [Belém], e enquanto eles estavam lá Maria deu à luz o Cristo e colocou-o numa manjedoura, e aqui os Magos que vieram da Arábia encontraram ele“ – Diálogo com Trifão, LXXVIII.
E Orígenes, outro filósofo cristão, que viveu entre 185-254 d.C, também confirma que Jesus nasceu em uma gruta:
“Em Belém, Belém se encontra a gruta na qual nasceu Jesus e a manjedoura em que foi colocado em faixas – Contra Celso, I.LI.
Assim, pode-se dizer que a tradicional canção de Handel, que diz que Jesus nasceu numa gruta, está correta!
Mas onde, afinal, está essa gruta?

Em 135 d.C, o Imperador Adriano mandou que se construísse, no tradicional local em que Jesus nasceu, uma estátua de Adônis, o deus pagão da beleza. Sua intenção era abafar a fé cristã, e extinguir as visitas ao local pelos cristãos.
No entanto, em 326 d.C, Helena, a mãe do Imperador Constantino, mandou destruir a estátua pagã, e ali, junto do bispo Macário de Jerusalém mandou construir uma igreja, que existe até hoje. A construção durou de 327-33 d.C.
Desde então, a igreja preserva, para a posteridade, o local exato do nascimento de Jesus.
A gruta, atualmente, aberta à visitação, possui uma estrela de 14 pontas e sobre ela estão 15 lâmpadas e a inscrição: “HIC DE VIRGINE MARIA IESUS CHRISTUS NATUS EST – 1717” que, do latim, diz: “Aqui, da virgem Maria nasceu Jesus Cristo – 1717″. A data 1717 refere-se ao ano em que os franciscano colocaram a inscrição.
A Basílica da Natividade
A Igreja da Natividade foi construída pela mãe do Imperador Constantino e até hoje tem resistido ao tempo, sendo um centro de peregrinação de cristãos de muitas gerações.
Jerônimo, por exemplo, no século V, construiu dois mosteiros em torno da igreja, terminou a tradução da Bíblia para o latim, e passou os últimos dias da sua vida.
Por volta de 530, a igreja sofreu um revés. Uma revolta entre judeus e samaritanos destruiu a igreja com um incêndio. Mas em 540, o Imperador Justiniano I reergueu a igreja, que está de pé até hoje.

A partir de então, a igreja sobreviveu à muitas invasões.
O imperador persa Cosroe, destruidor de monumentos cristãos, quando invadiu Belém, poupou a Igreja da Natividade por um motivo: ao ver a imagem dos três reis magos, reconheceu neles os trajes persas.
Em 1187, quando o chefe militar muçulmano Saladim invadiu Belém, também poupou de destruir a igreja.
Sob o domínio dos cruzados, no entanto, que retomaram Jerusalém, a peregrinação à igreja floresceu.
Em 1223, Francisco de Assis visitou o local onde Jesus nasceu e quando voltou à Greggio, na Itália, criou o primeiro presépio.
A Igreja da Natividade é uma das igrejas mais antigas ainda em uso no mundo e é a mais antiga da Terra Santa. Atualmente, pertence à Igreja Ortodoxa Oriental, aos Armênios e à ordem dos monges franciscanos. Em 2012, a igreja virou Patrimônio da Humanidade, pela Unesco.
Gostou de conhecer um pouco mais sobre o local do nascimento de Jesus? Então compartilhar com os amigos e com seus professores de Escola Dominical!
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