Na recente 3a edição do Congresso de Lausanne, em CapeTown, dentre os vários assuntos discutidos pertinentes ao avanço do reino de Deus, um deles foi “As Escrituras em missões”, trazendo para o congresso o termo “Pobreza bíblica”, referindo-se às principais barreiras para a disponibilização e uso das Escrituras em todo o mundo.
A primeira delas é quando as Escrituras não transformam vidas onde estão disponíveis. Essa barreira aponta para uma enorme parcela do globo que possui Bíblias, mas essas Bíblias não causam a transformação de vidas. Os motivos apontados foram a ignorância e o desprezo pelas Escrituras; a saturação da sociedade com entretenimento; e a estranheza da Palavra de Deus com a vida do século XXI. As estratégias para a erradicação deste tipo de barreira podem ser mesmo as práticas comuns da igreja, como grupos de estudo bíblico e pregação. Todavia, devemos ainda pensar em inúmeros países cujas igrejas possuem a Bíblia em sua língua, mas os pastores locais não possuem qualquer preparo teológico. Deveríamos arquitetar em nossas igrejas uma massiva diáspora de nossos teólogos e mestres, espalhá-los por essas regiões, e prepará-los para transmitir o conhecimento de modo contextualizado, a fim de levar vitaminado alimento bíblico a essas igrejas.
Porém, a mais miserável das barreiras para a erradicação da pobreza bíblica certamente são as mais de 1 bilhão de pessoas que não possuem a Bíblia disponível em suas línguas. Aí o trabalho é monumental: vai desde a construção de gramáticas para as línguas ágrafas, à formação de escolas, e enfim a tradução das Escrituras. A igreja brasileira, enriquecida dos mais variados livros teológicos, não pode deixar de dar atenção a essas bilhões de pessoas que morrem sem sequer ter transposto o nome “Jesus Cristo” em sua língua materna. Nossas bibliotecas, cada dia mais saturadas de monografias, incha a igreja com responsabilidade.
Ore para que cada vez mais as pessoas possam ser satisfeitas não apenas do pão, mas do alimento da Palavra de Deus.
Ore por estratégias de ensino criativo, pelo interesse na Palavra, e por capacitação e novos missionários tradutores da Bíblia.
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