Onde Jesus nasceu

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Viaje para o tradicional lugar onde Jesus nasceu e conheça suas curiosidades históricas

Preparem as malas, varões e virtuosas! Afinal, onde Jesus nasceu? Em Belém ou em Nazaré? Numa gruta ou numa estrebaria? Hoje vamos visitar o tradicional lugar do nascimento de Jesus, com preciosidades, curiosidades e muito mais!

Você está pronto para uma volta em Belém?

A cidade de Belém

“Ano do Senhor”, Edwin Longsden, 1525

Embora Jesus fosse chamado de Jesus de Nazaré, os evangelhos nunca disseram que ele nasceu em Nazaré. Na verdade, os dois evangelistas que relatam o nascimento de Jesus atestam seu nascimento em Belém.

Em Mateus 2.1, diz assim:

“Depois que Jesus nasceu em Belém da Judéia, nos dias do rei Herodes, magos vindos do Oriente chegaram a Jerusalém” Mt.2.1

Já o evangelista Lucas dá mais detalhes. Ele nos mostra que José e Maria, por causa de um decreto do Imperador César Augusto (Lc.2.1-3), precisaram descer à cidade natal de José, que era Belém. Assim, foram de Nazaré, onde residiam, até Belém e foi ali que Maria deu à luz a Jesus.

Se você fizesse esse trajeto hoje, de mais ou menos 150 quilômetros, levaria mais ou menos 33h a pé.

Tendo nascido em Belém, Jesus cumpriu a profecia de Miquéias 5.2:

“Mas tu, Belém-Efrata, embora sejas pequena entre os clãs de Judá, de ti virá para mim aquele que será o governante sobre Israel. Suas origens estão no passado distante, em tempos antigos” Mq.5.2.

A gruta de Belém

“Nascimento de Jesus”, Michael Rieser, 1828-1905

Mas Lucas dá ainda mais detalhes a respeito do local do nascimento de Jesus. No capítulo 2, diz que, quando o casal chegou em Belém, não havia vagas em hospedarias para que o casal ficasse. Provavelmente devido ao próprio decreto.

No entanto, nada mais é dito. Uma tradição coloca a família numa estrebaria, isto é, numa espécie de “garagem para animais”, porque o evangelho de Lucas diz que Maria colocou o recém-nascido Jesus em uma manjedoura (Lc.2.7). No entanto, nada é dito a esse respeito. Diz simplesmente que Jesus foi colocado em uma manjedoura.

É bem provável que Jesus tenha nascido à céu aberto, pois Lucas nos mostra que os pastores, chegando a Belém, logo encontraram o bebê envolvido numa manjedoura (Lc.2.16).

A tradição dos pais da igreja podem nos ajudar a descobrir o local exato do nascimento de Jesus.

Justino Mártir, escritor cristão que viveu entre 100-165 d.C, em sua obra “Diálogo com Trifão” apontou que Jesus nasceu em uma gruta fora da cidade. Confira:

José pegou seus aposentos em uma determinada caverna perto da aldeia [Belém], e enquanto eles estavam lá Maria deu à luz o Cristo e colocou-o numa manjedoura, e aqui os Magos que vieram da Arábia encontraram ele – Diálogo com Trifão, LXXVIII.

E Orígenes, outro filósofo cristão, que viveu entre 185-254 d.C, também confirma que Jesus nasceu em uma gruta:

Em Belém, Belém se encontra a gruta na qual nasceu Jesus e a manjedoura em que foi colocado em faixas – Contra Celso, I.LI.

Assim, pode-se dizer que a tradicional canção de Handel, que diz que Jesus nasceu numa gruta, está correta!

Mas onde, afinal, está essa gruta?

O local tradicional da gruta da natividade, onde se diz que Jesus nasceu

Em 135 d.C, o Imperador Adriano mandou que se construísse, no tradicional local em que Jesus nasceu, uma estátua de Adônis, o deus pagão da beleza. Sua intenção era abafar a fé cristã, e extinguir as visitas ao local pelos cristãos.

No entanto, em 326 d.C, Helena, a mãe do Imperador Constantino, mandou destruir a estátua pagã, e ali, junto do bispo Macário de Jerusalém mandou construir uma igreja, que existe até hoje. A construção durou de 327-33 d.C.

Desde então, a igreja preserva, para a posteridade, o local exato do nascimento de Jesus.

A gruta, atualmente, aberta à visitação, possui uma estrela de 14 pontas e sobre ela estão 15 lâmpadas e a inscrição: “HIC DE VIRGINE MARIA IESUS CHRISTUS NATUS EST – 1717” que, do latim, diz: “Aqui, da virgem Maria nasceu Jesus Cristo – 1717″. A data 1717 refere-se ao ano em que os franciscano colocaram a inscrição.

A Basílica da Natividade

A Igreja da Natividade foi construída pela mãe do Imperador Constantino e até hoje tem resistido ao tempo, sendo um centro de peregrinação de cristãos de muitas gerações.

Jerônimo, por exemplo, no século V, construiu dois mosteiros em torno da igreja, terminou a tradução da Bíblia para o latim, e passou os últimos dias da sua vida.

Por volta de 530, a igreja sofreu um revés. Uma revolta entre judeus e samaritanos destruiu a igreja com um incêndio. Mas em 540, o Imperador Justiniano I reergueu a igreja, que está de pé até hoje.

Igreja da Natividade, construída sobre a “gruta de Belém”

A partir de então, a igreja sobreviveu à muitas invasões.

O imperador persa Cosroe, destruidor de monumentos cristãos, quando invadiu Belém, poupou a Igreja da Natividade por um motivo: ao ver a imagem dos três reis magos, reconheceu neles os trajes persas.

Em 1187, quando o chefe militar muçulmano Saladim invadiu Belém, também poupou de destruir a igreja.

Sob o domínio dos cruzados, no entanto, que retomaram Jerusalém, a peregrinação à igreja floresceu.

Em 1223, Francisco de Assis visitou o local onde Jesus nasceu e quando voltou à Greggio, na Itália, criou o primeiro presépio.

A Igreja da Natividade é uma das igrejas mais antigas ainda em uso no mundo e é a mais antiga da Terra Santa. Atualmente, pertence à Igreja Ortodoxa Oriental, aos Armênios e à ordem dos monges franciscanos. Em 2012, a igreja virou Patrimônio da Humanidade, pela Unesco.

Gostou de conhecer um pouco mais sobre o local do nascimento de Jesus? Então compartilhar com os amigos e com seus professores de Escola Dominical!

Infocard

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