A vida de Isaque

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Isaque, o filho da promessa, peregrinou tranquilo pela terra de seu pai, sem grandes problemas, como um patriarca pacato, protegido e abençoado por Deus


1) Nascimento de Isaque (Gn.21.1-7)

Por volta de 2066 a.C, nasceu Isaque, o filho da promessa, segundo prometido aos seus pais Abraão e Sara, então com 100 e 90 anos, respectivamente.

Quando completou oito dias, Abraão circuncidou-o, e deu-lhe o nome de Isaque. O seu nome significa “ele me deu motivo de riso”, porque Sara, a princípio, havia rido da promessa de ter um filho na velhice, mas depois, alegrou-se com o nascimento do filho.

2) Prova de Abraão (Gn.22)

Isaque é levado por seu pai Abraão ao monte Moriá onde ele pretendia sacrificá-lo, segundo ordem de Deus.

Isaque, sem saber que ele mesmo seria o sacrifício, pergunta a seu pai:

As brasas e a lenha estão aqui, mas onde está o cordeiro para o holocausto?” (Gn 22.7)

Ao que seu pai respondeu:

“Deus mesmo há de prover o cordeiro para o holocausto, meu filho” (Gn 22.8)

Enquanto Abraão preparava o sacrifício de Isaque, um anjo do Senhor o impediu de imolar o próprio filho, e Deus providenciou um cordeiro para o sacrifício.

3) Casamento de Isaque e Rebeca (Gn 24)

Abraão enviou seu servo para buscar uma esposa para Isaque entre os seus parentes.

O servo partiu para a Mesopotâmia, na cidade de Naor e encontrou-se com Rebeca, junto de um poço.

Rebeca era filha de Betuel, um arameu de Padã-Arã. Ele era era sobrinho de Abraão, e meio irmão e meio sobrinho de Ló. Receba, portanto, era uma prima de segundo grau de Isaque.

Certo dia, Isaque foi meditar nos campos e viu uma caravana de camelos chegando. Leia como o texto bíblico é narrado:

“Certa tarde, saiu ao campo para meditar. Ao erguer os olhos, viu que se aproximavam camelos.
Rebeca também ergueu os olhos e viu Isaque. Ela desceu do camelo e perguntou ao servo: “Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro? ” “É meu senhor”, respondeu o servo. Então ela se cobriu com o véu” (Gn 24.63-65)

E, assim, Isaque e Rebeca se casaram. Isaque tinha 40 anos.

4) Nascimento dos gêmeos Esaú e Jacó (Gn 25.19-26)

Rebeca era estéril, como sua sogra Sara. Isaque, porém, orou a Deus e Receba engravidou de gêmeos. Isaque tinha 60 anos nessa época.

A gravidez, no entanto, não foi fácil, pois os meninos já brigavam desde o ventre materno. Isaque perguntou ao Senhor o porquê daquilo, e Ele respondeu:

“Duas nações estão em seu ventre, já desde as suas entranhas dois povos se separarão; um deles será mais forte que o outro, mas o mais velho servirá ao mais novo” (Gn 25.23)

Quando chegou o momento do parto, o primeiro a sair foi Esaú, um menino ruivo e cabeludo. O segundo saiu segurando no calcanhar do irmão, e era Jacó.

5) Aliança em Gerar (Gn 26.1-6)

Por causa de um período de fome na região, Isaque saiu de Betesda e seguiu para Gerar, numa viagem de 92 quilômetros para o norte, assim como havia feito seu pai Abraão.

Nessa viagem, Deus apareceu a Isaque e ordenou-lhe que não descesse ao Egito, mas que ficasse onde Ele o ordenasse. Também, confirmou com Isaque a aliança que havia feito com Abraão.

6) Confusões em Gerar (Gn 26.7-22)

A primeira confusão em Gerar foi com o rei dos filisteus Abimeleque, que era, provavelmente, um filho ou um neto daquele Abimeleque que fez uma aliança com Abraão ou, por outro lado, pode ser simplesmente um título real, e não um nome, pois Abimeleque significa “filho do rei”.

Em Gerar, entre os filisteus, Isaque havia repetido o vício paterno de, com medo, esconder o matrimônio com a esposa, Rebeca.

Mas Abimeleque tinha visto Isaque trocando carícias com Rebeca e logo percebeu o embuste. O rei foi até Isaque e o repreendeu por causa da mentira. Depois, ordenou ao seu povo que nenhum homem poderia mexer com Isaque ou com Rebeca.

Em seguida, em Gerar, Isaque prosperou como agricultor, por causa da grande colheita em sua lavoura. Por isso, os filisteus ficaram com inveja de Isaque e começaram a tapar os poços que Isaque havia construído.

Então, Abimeleque pediu que Isaque fosse embora, pois ele estava ficando poderoso demais.

Isaque seguiu para o vale de Gerar, reabrindo os poços de Abraão. Além do mais, os pastores de Isaque abriram outro poço e, por isso, arrumaram mais confusão, agora com os pastores do vale, que quiseram ficar com o poço. Por isso, Isaque deu nome ao poço de Eseque.

“Meu deixem em paz!”

Os pastores de Isaque cavaram um segundo poço, e mais uma vez os pastores do vale reivindicaram o poço. E Isaque deu nome de poço de Sitna.

Isaque mudou-se mais uma vez e abriu um terceiro poço, que chamou de Reobote.

Haja paciência para tanta confusão!

7) Alianças em Berseba (Gn 26.23-33)

Para fugir de mais confusões, Isaque voltou à região de Berseba.

Sítio arqueológico de Berseba

Ali, Deus mais uma vez apareceu à Isaque e confirmou novamente sua aliança com ele. Naquele lugar, Isaque construiu um altar e fizeram acampamento.

Algum tempo depois, Abimeleque veio de Gerar até Isaque, e quis estabelecer com ele uma aliança de paz. A comitiva do rei dos filisteus ficou uma noite com Isaque, jantaram juntos e estabeleceram a aliança, pois Abimeleque havia percebido que Isaque era protegido por Deus.

Em seguida, os pastores de Isaque encontraram água e construíram um poço. Isaque deu nome ao poço de Seba (que significa juramento), e e a cidade que nasceu em volta desse poço chamou-se Berseba.

8) Armadilha de Rebeca e Jacó (Gn 27)

“Isaque abençoa Jacó”, por Giotto, 1266-1337, na Basílica de São Francisco de Assis

Na velhice, Isaque já não podia enxergar direito. Preparando-se para sua morte, pediu para seu primogênito Esaú preparar uma refeição com a sua caça, para que, então, ele desse a bênção que era direito ao primogênito.

No entanto, a esposa Rebeca ouviu a conversa, chamou o filho preferido Jacó, e armou uma artimanha com ele. Pediu que ele trouxesse cabritos do rebanho que ela mesma iria preparar uma refeição que Isaque gostava.

Tendo feito isso, Rebeca vestiu Jacó com as roupas do irmão, e cobriu seu braço e seu pescoço com a pele do cabrito, para que ficasse tão peludo quanto o irmão. Em seguida, Jacó levou a refeição ao pai, como se fosse Esaú.

Quando Isaque conversou com o filho, até chegou a desconfiar do ardil, dizendo:

“A voz é de Jacó, mas os braços são de Esaú”

Mas acabou caindo na conversa, e abençoou Jacó como se fosse o primogênito Esaú:

Que Deus lhe conceda do céu o orvalho e da terra a riqueza, com muito cereal e muito vinho. Que as nações o sirvam e os povos se curvem diante de você. Seja senhor dos seus irmãos, e curvem-se diante de você os filhos de sua mãe. Malditos sejam os que o amaldiçoarem e benditos sejam os que o abençoarem” (Gn 27.28-29)

Quando, depois, finalmente chegou Esaú, Isaque entendeu o que havia acontecido e ficou profundamente abalado. Não restando outra alternativa, Esaú recebeu apenas essa bênção do pai:

“Sua habitação será longe das terras férteis, distante do orvalho que desce do alto céu. Você viverá por sua espada e servirá a seu irmão. Mas quando você não suportar mais, arrancará do pescoço o jugo” (Gn 27.39-40).

9) Envio de Jacó para Padã-Arã (Gn 28.1-5)

Preocupado que o filho Jacó fizesse o mesmo que Esaú casando-se com mulheres estrangeiras, Isaque enviou Jacó para Padã-Arã, para a casa dos pais de Rebeca, para que lá encontrasse uma esposa.

Em seguida o abençoou novamente:

“Que o Deus Todo-poderoso o abençoe, faça-o prolífero e multiplique os seus descendentes, para que você se torne uma comunidade de povos. Que ele dê a você e a seus descendentes a bênção de Abraão, para que você tome posse da terra na qual vive como estrangeiro, a terra dada por Deus a Abraão” (Gn 28-3-4)

10) Morte de Isaque (Gn 35.27-29)

Isaque passa os últimos dias de sua vida em Hebrom, onde Abraão e Sara estavam sepultados. E ali morreu e também foi sepultado, ao 180 anos.

Isaque é considerado um herói da fé, na lista de Hebreus 11, por ter peregrinado e vivido em tendas, e por ter abençoado seus filhos (Hb 11.9,20).

E esse é o resumo da vida de Isaque. Um homem que foi abençoado por Deus, mas que viveu envolvido em muitas confusões, com reis estrangeiros, com pastores em uma terra estranha, e em sua própria família. Apesar dessas confusões, Isaque demonstra profunda paciência e fé sendo um modelo para nós, de alguém que caminhou com Deus pela fé, obediente.

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