Carta aos Colossenses

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Da prisão, Paulo mostra que há algo maior do que as maiores autoridades do mundo. Na carta aos Colossenses, Paulo nos apresenta a supremacia de Cristo sobre todas as coisas

A Carta de Paulo aos Colossenses é o décimo segundo livro do Novo Testamento, e a sétima carta de Paulo na divisão dos livros. Também, faz parte das chamadas Cartas da Prisão, em que estão Colossenses, Efésios, Filemon e Filipenses.

Essa carta do apóstolo dos gentios é uma grande defesa da superioridade de Jesus Cristo sobre todas as forças do universo, e de sua salvação sobre o legalismo religioso!

Não leia Colossenses sem ler o Guia de Leitura de Colossenses!

A história da carta


A Carta aos Colossenses foi ditada e assinada pelo apóstolo Paulo (1.1, 4.18), provavelmente redigida por Timóteo, e levada por Tíquico e Onésimo (4.7-9) à igreja da cidade de Colossos (1.2), de uma prisão (4.10), provavelmente em Roma, por volta do ano 61-62 d.C.

O apóstolo Paulo é o autor dessa carta conforme ele mesmo declara (1.1 e 1.23), e como ele mesmo dá o seu “autógrafo” apostólico (4.18). A autoria de Paulo, também, é confirmada pela igreja nos primeiros séculos, pois é citado por Justino Mártir, Marcião, Ireneu, Clemente de Alexandria, Tertuliano, além de estar incluído no Cânon Muratoriano.

O primeiro capítulo da Carta aos Colossenses, em códice do século 12

O apóstolo Paulo escreveu essa carta de uma prisão, conforme ele descreve em 4.3, 10, 18. No entanto, não está claro de qual prisão, de tantas, o apóstolo a escreveu. Mas algumas informações podem ajudar. Por exemplo, foi nessa mesma prisão que ele escreveu a carta a Filemon e em Fm.1.22, Paulo pede para que seja preparado um aposento para uma provável visita do apóstolo, o que demonstra que ele tinha expectativa de ser solto em breve. Outra informação importante é o número de “companheiros de prisão” que estão com ele, que demonstra certa liberdade do apóstolo, como uma prisão domiciliar. Além do mais, estavam com ele Marcos (4.10), Lucas (4.14) e Aristarco (At.27.2), que também estiveram com Paulo na prisão em Roma. Todas essas evidências da carta apontam que Paulo a escreveu de sua primeira prisão em Roma por volta do ano 61-62 d.C.

A carta foi enviada pelo apóstolo por Tíquico, um evangelista de Paulo, e Onésimo, um escravo convertido pelo ministério de Paulo, que será o tema da Carta a Filemon. Essa pequena comitiva deveria viajar cerca de dois mil quilômetros, de Roma à região do Vale do Rio Lico, que ficava no sul da Frígia, que está, atualmente, no oeste da Turquia.

A Carta foi enviada junto de outras. Foi enviada junto do bilhete de Paulo a um líder da igreja de Colossos chamado Filemon (1.1). Também foram juntas a carta aos Efésios (Ef.6.21-22) e uma carta perdida do apóstolo Paulo, aos laodicenses (4.16), a não ser que se acredite que essa carta aos laodicenses seja, na verdade, a carta aos Efésios.

Todos esses documentos escritos pelo apóstolo, embora fosses dirigidos a igrejas e pessoas específicas, claramente tinha um valor doutrinário e inspirado, e deveria também ser lido por todas as igrejas (4.16).

No final, o apóstolo dá o seu costumeiro autógrafo (2Ts.3.17) que funcionava como o seu selo:

“Eu, Paulo, escrevo esta saudação de próprio punho. Lembrem-se das minhas algemas. A graça seja com vocês” – Cl.4.18.

O conteúdo da carta

A cidade de Colossos ficava na região do Vale do Rio Lico, no sul da Frígia, que atualmente fica no oeste da Turquia. No passado ela havia sido uma cidade muito importante na região, mas na época em que Paulo escreveu a carta, Colossos já não era mais uma cidade com grande relevância. A cidade era formada por nativos frígios, por gregos e por uma comunidade de judeus da dispersão. Nessa mesma região também estavam as cidades de Laodicéia e Hierápolis e estava a 130 quilômetros de Éfeso.

A igreja de Colossos não foi fundada pelo apóstolo, que ainda não conhecia a igreja pessoalmente (1.4 e 2.1). Provavelmente, a igreja foi fundada pelo “fiel ministro de Cristo” Epafras (1.7-8), que era um nativo da região de Colossos (4.12-13). Paulo teria enviado seu evangelista quando estava em sua estadia em Éfeso (At.19.9-10).

Epafras havia ido a Paulo levar pessoalmente notícias da igreja (1.3-8). O evangelista deu boas informações a respeito do crescimento da fé da igreja e do procedimento amoroso dos irmãos, mas também informou de ameaças de falsos ensinos. Assim, a fim de conter rapidamente a ameaça, Paulo escreve sua carta para defender o seu evangelho de Cristo Jesus.

A ameaça parece vir de duas fontes diferentes. Primeiro, de uma espécie de filosofia helenística e mística, e outra da influência do judaísmo, com as festividades e aplicação das leis do Antigo Testamento, como a circuncisão.

Em 2.8, Paulo fala de filosofias vãs, de tradições enganosas e de “princípios elementares do mundo”, que apontam para uma espécie de misticismo e hierarquia de espíritos, como também o confirma o v.18, com relação a adoração de anjos.

Em 2.9-14, Paulo parece combater uma iniciativa de circuncisão para os gentios, vinda da tradição dos judeus, bem como a prática das festas e ritos dos Antigo Testamento, em 16-17.  Em v.20, Paulo parece condenar certos jargões desses falsos mestres que ensinavam na igreja, com legalismo hipócrita.

Todas essas informações dadas pela carta não nos evidenciam nenhum grupo herético em específico, mas demonstram um sincretismo entre as filosofias gregas e o judaísmo, revelando uma religião mística e legalista.

Contra essas doutrinas, Paulo acaba nos legando um dos mais belos tratados da divindade e superioridade de Jesus Cristo (1.15-20), da suficiência de Jesus para perdoar os nossos pecados (13-14) e de sua vitória triunfal na cruz contra as influências demoníacas (2.15).

Finalmente, Paulo encoraja a igreja a uma vida de humildade, amor e verdadeira santidade, não com base em questões externas, mas conforme a nova vida em Jesus Cristo.

Resumo por capítulos

Capítulo 1

Paulo saúda os irmãos, demonstra sua alegria e sua preocupação com o crescimento espiritual dos crentes da igreja de Colossos, apresentando um belo hino de louvor a Jesus Cristo.

Capítulo 2

Paulo alerta os colossenses das ameaças à fé, como o legalismo da circuncisão e das festividades judaicas, o julgamento moralista e apresenta a vitória de Jesus Cristo que venceu os inimigos e pagou a dívida dos pecados.

Capítulo 3

Paulo exorta a igreja a seguir a verdadeira santidade, alicerçada no amor e na humildade, e na nova vida em Cristo. Instrui as mulheres, os maridos, os filhos e os escravos quanto a uma vida em amor.

Capítulo 4

Despede-se da igreja e dá instruções finais quanto ao recebimento da carta.

Consulta

Colossenses e Filemon – introdução e comentário, de Ralph P. Martin
Introdução ao Novo Testamento, de D.A.Carson
Manual Bíblico Unger, de Merril Unger

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