James Bartley e o monstro marinho de Jonas

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Conheça a extraordinária história de James Bartley, o homem foi engolido por um monstro marinho e saiu vivo (e não estamos falando do profeta Jonas!

A história do profeta Jonas é uma das mais cativantes histórias da Bíblia. O profeta é mais conhecido como “aquele que foi engolido por um peixe”! Mas, fica a dúvida, seria possível um homem ser devorado por um animal e sair vivo?

Conheça a história de James Bartley, o marinheiro inglês que foi engolido por um cachalote.

O grande peixe de Jonas

Afresco do profeta Jonas

Jonas foi um profeta de Gate-Héfer, que serviu no tempo do rei Jeroboão II (2Rs.14.25), por volta da segunda metade do século 8 a.C.  Sua história, porém, é  conhecida por suas atrapalhadas aventuras descritas no livro dos Profetas Menores com o nome dele, Jonas.

Esse livro conta a história de quando Deus chamou Jonas para ir à Nínive, mas ele se revoltou, comprou uma passagem para o fim do mundo e sumiu de Israel (Jn1.1-3). No entanto, Deus foi em busca do profeta fujão e enviou uma terrível tempestade, que levou os marinheiros do barco a lançarem Jonas no Mar Mediterrâneo. Do mar, Deus salvou o profeta, enviando um “grande peixe”, que o engoliu, mantendo-o vivo por três dias (Jn.1.17). Após esses três dias, o peixe o vomitou (Jn.2.10).

Que peixe é esse, afinal? A Bíblia não dá detalhes. A palavra hebraica é /דָּאג/ (lê-se /dawg/ conf. STRONG, 1709), que pode ser traduzida como peixe, e não caracteriza nenhuma espécie.

Já em Mateus 12.40, quando cita o grande peixe de Jonas, a palavra é /κῆτος/ (lê-se /kay’-tos/ conf. STRONG 2785). Essa é uma referência a um monstro marinho mitológico, o Keto. Esse monstro, segundo a mitologia grega, é filho de Pontos, o mar, e de Gaia, a terra.

No entanto, κῆτος era a designação que os antigos referiam-se às baleias de um modo geral, também. Daí a origem da palavra “cetáceo”, que descreve os animais marinhos mamíferos.

O que teria engolido Jonas? Um grande peixe? Uma baleia? Um monstro marinho ainda desconhecido pelo homem? Não sabemos.

O que sabemos, com certeza, é que a sobrevivência de Jonas nesse animal deveu-se a um prodígio de Deus, e não precisa, necessariamente, ser comprovado pela ciência, ou atestado por outras histórias.

Mas, apesar desse prodígio, seria possível que um homem sobrevivesse dentro de um animal marinho, por causas naturais?

É isso o que a história de James Bartley deseja provar.

James Bartley

Gepetto sendo engolido por uma baleia, em cena da animação “Pinóquio” da Disney

Era o ano de 1891, quando o baleeiro Estrela do Oriente cruzava o Atlântico Sul, próximo às Ilhas Maldivas, carregando pela primeira vez um jovem marinheiro inglês chamado James Bartley, de apenas 21 anos.

O baleeiro inglês saía à caça de um cachalote, muito precioso, na época, pelo azeite extraído dele, que era usado para fazer perfumes.

O cachalote é um cetáceo, e o maior animal com dentes existente, além de ser o maior carnívoro da terra. Esse animal pode medir até 25 metros e foi o protagonista da obra de Herman Melville, “Moby Dick”.

Quando os caçadores do Estrela do Oriente encontraram um cachalote no mar, lançaram e acertaram-lhe um arpão em cheio.

A fim de concluir a caça, desceram ao mar dois botes. No entanto, mesmo preso pelo arpão, o cachalote ainda lutava pela vida, e se debatia nas águas.

A força do monstro marinho foi tão grande que virou os botes. Os marinheiros conseguiram resgatar seus tripulantes, porém dois deles haviam sumido, entre eles, o jovem inglês James Bartley.

Um cachalote em ação, em ilustração para o livro Moby Dick, de Herman Melville

Finalmente, os caçadores conseguiram abater o cetáceo gigante.

Trouxeram o animal para perto da embarcação e começaram a abri-lo. Em busca do azeite precioso, retiraram o estômago, e logo perceberam uma figura estranha dentro dele. Quando abriram o estômago, lá estava o jovem James Bartley, ainda vivo, mas desacordado.

Bartley ficou cerca de 15 horas dentro do cachalote. Para o acordarem, jogaram as águas do Atlântico nele, mas tiveram de mantê-lo preso em uma cabine, atado a uma cama por algumas semanas, pois ele tinha perdido momentaneamente o juízo. Ele se debatia enlouquecidamente.

O marinheiro inglês sofreu danos. Dizem que o encontraram com a pele pálida, devido ao suco gástrico do cetáceo. Ele também tinha perdido todos os pêlos do corpo e permaneceu cego pelo resto de sua vida.

Um homem e um cachalote, fonte: wikipédia

James Bartley relatou que, após ser engoligo, se lembra apenas de deslizar por  um canal branco e viscoso, sentir muito calor, e rapidamente desmaiar, devido ao odor quente e fétido do estômago do animal.

Depois disso, o inglês nunca mais se aventurou no mar. Retornou à sua cidade, em Gloucester, Inglaterra, e se tornou sapateiro, profissão muito mais segura que a anterior. Dizem ainda que morreu em 1891, aos 39 anos, e que em sua lápide está escrito “James Bartley,  o Jonas moderno”.

Uma coincidência: além de os cachalotes serem cetáceos, que condiz com o nome em que é chamado no grego do Novo Testamento, estes animais povoavam o Mar Mediterrâneo no tempo em que Jonas caiu nele!

Edward Davis, o caçador de mitos

Essa é uma história muito curiosa, não é? E tem sido muito utilizada por comentaristas bíblicos e cientistas que buscam defender a história da Bíblia.

No entanto, embora possamos ter certeza da história da Bíblia, é possível acreditar na história de James Bartley?

A história se tornou popular e virou quase uma lenda. Ela foi relatada pelo Rev. William Justin Harsher em um artigo ao New York Times, em 1896, e depois pelo cientista francês De Parville, no Paris Journal des Débats, em 1914 . No entanto, em nenhum desses artigos há evidências de que o fato realmente ocorreu.

O historiador Edward Davis, por isso, foi em busca dessa história e fez uma longa pesquisa sobre o assunto. Nessa pesquisa, procurou pelo baleeiro Estrela do Oriente. Além disso, não encontrou evidências de que James Bartley teria existido. Encontrou, porém, uma carta da esposa da capitão do suposto Estrela do Oriente, em que ela denuncia ser tudo uma grande farsa.

Sua pesquisa foi publicada em 1991 no jornal Perspective on Science and Christian Faith.

Finalmente…

Não sabemos ao certo se a história de James Bartley, com tantos detalhes impressionantes, é verdade ou não. De uma coisa podemos ter certeza: a história de Jonas não precisa dela para ser válida, pois sobrevivência do profeta foi obra prodigiosa de Deus.  No entanto, o que a história de Bartley ilustra é a luta pela qual passou o profeta por ter desobedecido a Deus, e o prodigioso poder de Deus em resgatá-lo.

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